As línguas têm a sua geopolítica.
No caso da língua inglesa, ela apresenta características notáveis: nenhuma outra língua goza de difusão planetária semelhante, nem é dotada de tamanho poder de sedução sobre vastas categorias populacionais no mundo, sedução que tende a se traduzir cada vez mais em dominação.
É o neo-imperialismo made in USA em versão lingüística. Língua de povos e de Estados invictos, o inglês é a língua do triunfo militar, do êxito político-econômico, do sucesso literário, comercial, midiático, além de ser a língua da indústria do entretenimento.
Para pensar algumas das questões que a situação inédita da língua inglesa levanta, a Parábola Editorial publica A Geopolítica do Inglês, livro que analisa os lugares sociais do avanço da língua inglesa, a inesperada contestação de seu espaço nos Estados Unidos diante da progressão do espanhol, ou no Reino Unido, em face das línguas das minorias.
Também se abordam os desafios de poder da língua inglesa na Índia, na África do Sul e na Nigéria, em meio à herança da colonização e ao papel das elites locais.
O livro se encerra com um capítulo escrito especialmente para esta edição, no qual Kanavillil Rajagopalan aborda os reflexos da geopolítica do inglês no Brasil e esboça uma política prudente e propositiva para um enfrentamento não ingênuo da questão.