7 detalhes curiosos sobre a letra “ñ”

Assim como ninguém nasce sabendo falar espanhol, o idioma como conhecemos também não foi formado de um dia pro outro.

O espanhol foi sendo gerado durante séculos de história até chegar ao formato que conhecemos hoje em dia.

Até mesmo uma letra simples, como a letra “ñ”, levou algum tempo até ser pronunciada de acordo com a regra.

E sendo uma das letras mais características do idioma espanhol, a “ñ” está presente nos teclados fabricados em países de língua espanhola.

Mas e se o teclado do computador não tem a tecla “ñ”, como vou digitar?

Veja este e mais 10 detalhes sobre a letra “ñ” que podem te ajudar a entender e utilizar corretamente esta letra tão particular.

1. Qual é o som da letra “ñ” ?

A letra ñ é uma consoante nasal palatal, sendo facilmente reconhecida por nos textos digitados em espanhol, e seu som é bem próximo do “nh” em português.
Um exercício para praticar o som da letra ñ: Diga em voz alta “enhe enhe enhe enhe”. Você vai notar que seu nariz expulsa o ar (som nasal) enquanto uma parte da língua se apoia no palato (céu da boca).

2. A letra “ñ” é mais antiga do que parece

Em 1803 a letra ñ entrou no dicionário da Real Academia Espanhola. Essa letra, com seus 200 anos, é quase uma adolescente em comparação com as outras que têm milhares de anos.
Por exemplo, a letra “a” já era utilizada pelos fenícios em épocas antes de Cristo. Mas, na realidade, a letra ñ já era uma consoante pronunciada com frequência na Idade Média. (Só não era escrita).

3. A “ñ” era uma dor de cabeça para os copistas dos monastérios

Na Idade Média a letra ñ foi ficando mais popular, mas ainda não tinha uma forma de de escrita, um sinal característico para ser expressa. Quando os copistas, que eram encarregados de copiar os livros a mão, precisavam incluir nos textos este som que não tinha letra própria, o que faziam? Bem, tiveram que usar bastante a cabeça para combinar consonantes que tivessem um som similar ao que queriam reproduzir.

E não foi nada fácil.

Eles tinham três tipos de combinações: nn, gn e ni quando tinha uma vogal na sequência. E como não havia uma regra para esta forma de escrita, num mesmo texto era possível encontrar as três variações. Já imaginou a confusão que era?

4. A “ñ” surgiu para economizar espaço

Mesmo sendo bem confuso ler um texto com tantas variações de um mesmo som, a letra ñ não surgiu para unificar a forma de escrita; o problema maior era que ao se utilizar duas letras para um mesmo som, se usava muito espaço no pergaminho, o que gerava desperdício já que o papel era muito caro e difícil de ser fabricado. O pergaminho era feito com pele de animal e para um livro era preciso uma grande quantidade de gado.

Era preciso fazer valer o espaço do texto de maneira inteligente.

Padronizaram a forma de escrever a letra ñ usando apenas uma “n” e um sinal modificador em cima da letra.

5. E chegou a forma final de escrever a “ñ”

Como vimos, a letra ñ era pronunciada mas tinha forma escrita. Os copistas então chegaram à solução de escrever a “n” com um sinal, que é a forma que durou até hoje.
Mas esta ainda não era uma regra que todo letrado devia utilizar. Foi somente no século XIII que o rei Alfonso X consolidou como norma escrever o formato “ñ”.

6. Nem todas as língua românicas usam a “ñ”

O espanhol pertence ao grupo das línguas românicas, ou neolatinas, que são aquelas derivadas do latim. Mas, ainda que existam idiomas com a mesma origem, não são escritos com a mesma estrutura e algumas letras variam. O som produzido pela letra ñ adquiriu diferentes particularidades na forma escrita, dependendo da região. Veja:

• No español se utiliza la letra “ñ”
• Em italiano e no francês, esse som é reproduzido com a escrita “gn”
• Na língua portuguesa utilizamos “nh”
• Em catalão se escreve com “ny”

Tudo para o mesmo som!

7. Outras línguas que usam a letra “ñ”

Não é apenas a língua espanhola que utiliza esta consoante; também encontramos similares nas seguintes línguas: asturiano, aimará, bretão, bubi, chamorro, euskera (basco), filipino, galego, guarani, iñupiaq, kiliwa, mapuche, mixteco, otomí, o’odham, papiamento, quechua, rohingya, tagalo, tártaro da Crimeia, tetun, wólof e zapoteco.

Bastante, não?

Deixe aí seu comentário e diga o que você acha.

>> Veja como digitar a letra “ñ” no teclado do computador



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